O movimento no Parque da Medianeira na sexta-feira, de fiéis de Santa Maria e de outras cidades, antecedeu a 71ª Romaria da Medianeira, que ocorre neste domingo. Romeiros chegavam a toda hora para pedir informações, acender velas e fazer orações. Além dos visitantes, cerca de 700 pessoas trabalhavam nos bastidores: montagem das tendas e de aparelhos de som, vendas de quitutes, decoração do Santuário e limpeza. Tudo para que o maior evento religioso do Estado receba bem as cerca de 300 mil pessoas que são esperadas.
No sábado, a Basílica da Medianeira já deve receber os fiéis para a missa e para a vigília de orações. Mas é no domingo que as ruas centrais de Santa Maria serão tomadas por pessoas de todos os lugares do Estado e do país, que têm a fé em comum. Com saída prevista às 8h30min, a procissão parte da Catedral Metropolitana. A caminhada percorre a Avenida Rio Branco, seguindo em direção à Rua do Acampamento até alcançar a Avenida Medianeira.
Entre as atividades da programação, uma das mais aguardadas é a celebração da missa campal, marcada para as 10h, após a procissão, no Altar Monumento (leia a programação completa ao lado).
A edição da Romaria deste ano tem como tema uma frase do papa João Paulo 2º: "A família é a fonte de vida e o berço de fé". De acordo com o arcebispo de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert, desde a trezena móvel, os fiéis já têm feito orações para as famílias, que, segundo o religioso, são a "base da sociedade". Já o lema do evento é "Abençoa, Senhor, as famílias. Amém. Abençoa, Senhor, a minha também", trecho de uma música bastante ouvida em celebrações religiosas:
- A família é sempre um tema importante. É um assunto que o Vaticano já abordou no Sínodo dos Bispos, em outubro.
A fé de geração em geração
A jornalista Margarete Medianeira Schuch Braga, 60 anos, cresceu em uma família devota de Nossa Senhora Medianeira. Além de participar das procissões, os avós, pais e tios de Margarete sempre trabalharam nos preparativos da Romaria.
- Minha avó foi uma das pioneiras. Participou do grupo que organizou a primeira procissão. E eu, como neta mais velha, ganhei Medianeira no meu nome - conta, orgulhosa.
Há cinco anos, ela trabalha como voluntária, nos bastidores da Romaria. Na edição deste ano do evento religioso, Margarete participa pela segunda vez da preparação de doces e salgados.
Assim como ela, a administradora Mônica Santini Marasciulo, 40 anos, é devota da Mãe Medianeira, bem como a mãe, Ida Santini, 78 anos, aposentada. Ela e a mãe dedicaram a tarde de sexta-feira para ir na Capela das Velas da Basílica.
- Eu costumava participar da Romaria todos os anos. Agora que tenho filho pequeno, venho todo o ano na Basílica para rezar - conta Mônica.
Há também quem saia de sua cidade natal para renovar a devoção no segundo domingo de novembro. É o caso de Nara Alves Machado, 58 anos, que sai todos os anos de Viamão, onde mora, e ruma para Santa Maria. Na tarde de sexta-feira, ela foi até a imagem de Nossa Senhora Medianeira, na Basílica, para levar flores.
- Vim para pagar uma promessa e também para participar da procissão no domingo. Resolvi trazer as flores uns dias antes, porque, no domingo, talvez eu não consiga chegar tão perto assim da imagem - explica.
PROGRAMAÇÃO
Neste ano, a missa campal será celebrada por dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro e nomeado cardeal em janeiro deste ano, o único cardeal brasileiro nomeado pelo Papa Francisco.
O religioso presidiu a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no ano passado, no Rio de Janeiro. Foi naquela ocasião que recebeu o convite para fazer a celebração em Santa Maria. A chegada do cardeal na cidade está prevista para sábado.
Os arcebispos nomeados cardeais são considerados ajudantes do papa, e podem ser convocados para ocasiões importantes no Vaticano, como o Sínodo dos Bispo"